domingo, 28 de outubro de 2012

O que queremos saber


Na algibeira e nas nossas mentes levamos várias perguntas a que desejamos responder nesta viagem. Por exemplo, como foi possível o SAT, e antes dele o SOC, conseguirem criar uma capacidade de mobilização como a que a assistimos, desde os anos 70 até aos dias de hoje? Como é que nas nossas terras e nas nossas associações podemos conseguir feito semelhante? Qual é a visão do mundo e o projecto de sociedade que anima e inspira a luta do SAT?

Em baixo seguem as perguntas que formulamos à partida, às quais outras se irão somando, à medida que se aproxima o dia da partida e as nossas ideias vão ficando mais sistematizadas.
Depois da viagem - e se possível durante - iremos acrescentar perguntas que nos forem surgindo e respectivas respostas.

Sobre o SAT:
1.a) O que é o SAT - Sindicato Andaluz de Trabajadores/as e como se organiza?
1.b) Qual a sua história? Como se tornou possível uma tão forte mobilização e com reivindicações tão estruturais?
1.c) Consideram que alguma tradição anarquista andaluz contribui para a actual forte mobilização? Se sim, como se transmitiu essa tradição dentro dos anos da desgraça ditatorial franquista?
1.d) Como é a tomada de decisão dentro do SAT e a participação das bases?
1.e) Como poderá ser a articulação entre o SAT e os movimentos sociais, como @s indignad@s, os movimentos contra os desalojamentos e tantos outros, efectivar-se? Daqui poderá nascer uma democracia fortalecida, mais participada e directa? Há alguma estratégia nesse sentido?
1.f) Como poderá a forma de luta e o conteúdo das reivindicações do SAT inpirar sindicatos, e movimentos sociais, noutras partes do mundo? Que factores podem contribuir para esta inspiração?
Em especial do outro lado da fronteira com Portugal, no Alentejo, como poderá a luta propagar-se a esta região portuguesa deprimida que tanto precisa de mobilização?
1.g) Tendo o SAT nascido de vários sindicatos, pelo menos um deles um forte sindicato ligado à terra e ao campesinato, como vêm a actual situação de patenteamento de sementes por grandes empresas? Como vêm a perda de património vegetal, com o desaparecimento de muitas variedades tradicionais? Como inverter este rumo?

Sobre Marinaleda
2.a) Marinaleda é uma das povoações andaluzes mais mediáticas. Qual é a diferença que apresenta em relação às outras povoações do estado espanhol?
2.b) A democracia em Marinaleda é representativa como "normal" ou mais participativa e directa? Que mecanismos existem para se exercer essa participação? Há petições, referendos locais, revogação de mandatos? As assembleias gerais acontecem com que periodicidade? Têm alguma metodologia organizativa? Como fazem para que toda a gente que deseja pronunciar-se numa assembleia o possa fazer? Quem tem assento e qual a taxa de participação? Os representantes dos partidos da oposição também podem participar? E desejam participar?
2.c) Há outros casos semelhantes a Marinaleda no estado espanhol? E noutras partes da Europa?
2.d) No que diz respeito à educação, quais os graus de ensino que há na povoação (até que idade)? Qual é a abordagem ao ensino? São usadas outras pedagogias, por exemplo, mais emancipatórias? Como vêm a transmissão às novas gerações dos valores socialistas que regem Marinaleda?
2.e) Como é a evolução demográfica de Marinaleda? Tem subido, estagnado ou perdido habitantes? Qual a diferença, se alguma,  para as povoações da região onde se insere?
2.f) A oposição (partido "socialista" espanhol, PSOE) diz que Marinaleda está estagnada e que as pessoas para terem trabalho têm de participar em greves e agitar bandeiras. Também se diz que Marinaleda sobrevive graças a subvenções estatais e que portanto o seu exemplo é uma farsa. O que têm a dizer a isto? Essas subvenções que recebe são diferentes do que acontece em média noutras povoações em Espanha?
2.g) Que factores podem ajudar, e que factores podem entravar, o aparecimento de exemplos semelhantes a Marinaleda noutras partes de Espanha e da Europa?

Transversal
3.a) Não vos parece que o mediatismo está muito centrado nas pessoas de Cañamero e Gordillo? Isto é uma questão de comunicação social ou há de facto um centrar de atenções, seja de fora para dentro (de quem não está em Marinaleda ou no SAT), seja de dentro das próprias bases? Existem outras pessoas em Marinaleda e no SAT que poderão fazer a transição geracional, assumindo maior protagonismo e mantendo a mobilização?
3.b) Como vêm o futuro num mundo com maior escassez de recursos, designadamente no que diz respeito ao petróleo? Que impacto poderá ter nas comunidades? A auto-organização local e regional é um desiderato a atingir? Como criar estruturas de saúde, educação, produção alimentar, habitação, vestuário, governo, cultura, asseguradas local ou regionalmente?

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